Benefícios das Tecnologias Educativas para o Cuidar Cognitivo de Idosos


O cuidar em idosos desperta um rico debate acerca do modos de se trabalhar a cognição. Um meio valioso de auxílio e também um estímulo para o cotidiano é o uso de tecnologias educativas, onde Goes (2016) traz que alguns depoimentos sobre perda da memória despertaram uma discussão sobre seu estímulo como prática cotidiana, tendo em vista que trata-se de uma das alterações cognitivas que mais preocupam os idosos, afetando sua memória operacional e episódica.


Um ponto de destaque para as tecnologias educativas são as dinâmicas em grupos e rodas de conversas caracterizadas como tecnologias leves, que envolvem o processo de ensino-aprendizagem, de maneira compartilhada, permitindo que os idosos socializem seus sentimentos, inquietações, relatos pessoais e, assim, partilhem, com o grupo, discussões enriquecedoras, objetivando potencializar condições de vida saudável e autonomia.
Esse processo deve ser realizado através de profissionais qualificados para promover a escuta ativa, beneficiando o indivíduo através da troca de conhecimentos, estímulo a interação social e ensino de novas práticas para sua vida, compartilhando e ensinando conhecimentos prazerosos e satisfatórios para os mesmos (PEREIRA, 2019).
No entanto, salienta-se que os modelos de atenção à saúde do idoso não se mostram devidamente preparado a trabalhar com as tecnologias educativas, seja pelo pouco preparo dos profissionais em lidar com a dinâmica, ou ainda devido aos diversificados perfis demográficos e epidemiológicos, que ocasionam diversas estruturas criativas e inovadoras para atender o indivíduo que envelhece. Fato que sugere maior atenção da política social e de saúde destinada à população idosa no que se refere a utilização dessas tecnologias.
As tecnologias educativas estão intimamente relacionadas com momentos propiciadores de bem-estar mental e de interação interpessoal, que auxilia na melhoria da qualidade de vida dos idosos, fortalecendo a autonomia e autoestima, viabilizando descontração, reflexão e melhor compreensão do tema em discussão. Consequentemente, estimulando a capacidade cognitiva do idoso, ajudando assim a construir novos modos de viver, conhecimentos e meios para o público alvo desenvolver o que lhe foi transmitido (CAMACHO, 2019).
A capacidade cognitiva dos idosos pode vir a se tornar comprometida devido a numerosos fatores causando, consequentemente, um ritmo mais lento na aprendizagem e dificuldade de desempenhar atividades cotidianas, acarretando mudanças bruscas na rotina de vida, que comprometem a capacidade de pensar, agir, perceber, sentir, lembrar e raciocinar do idoso.
Dito isso, a estimulação cognitiva a partir das tecnologias educativas consiste no aumento e manutenção das capacidades cognitivas, que podem ocasionar evolução e manutenção no funcionamento cerebral, em especial nas funções cognitivas de atenção, linguagem, comunicação, memória e concentração (SANTOS, 2018), incentivando a sensibilidade, o pensamento e a liberdade dos idosos, fortalecendo a criação e espontaneidade de reflexão das práticas educativas, comprovando que sua capacidade de aprendizado pode ser contínua.

REFERÊNCIAS:


CAMACHO, A. C. L. F. Tecnologia educacional interativa sobre cuidados a idosos com demências. Rev enferm UFPE online. V.13, n.1, p.249-54, Recife, jan., 2019.

GOES, T. M. et. al. Cultivo do bem viver das pessoas idosas e tecnologia cuidativo-educacional de enfermagem. Enferm. Foco. V.7, nº.2, p. 47-51.

PEREIRA E.L.C. et al. Tecnologias educativas gerontogeriátricas nas diferentes temáticas de saúde: uma revisão integrativa. Rev. de Enferm. do Centro Oeste Mineiro. V.9, e. 2768, 2019.

SANTOS, A. A. S.et al. A importância do uso de tecnologias no desenvolvimento cognitivo dos idosos. Gep News. V.1, n.1, p. 20-24, Maceió jan./mar. 2018.


Texto elaborado pelo Acad. Gustavo de Souza Lira e pela Prof. Dra. Fabiana Ferraz Queiroga Freitas.

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