Vulnerabilidade de mulheres homossexuais privadas de liberdade
Observa-se
que os membros das minorias sexuais e de gênero, estão susceptíveis a agressões
e outras formas de maus tratos de maneira desproporcional, devido à sua inconformidade
com as expectativas de gênero socialmente construídas. A exclusão se torna
ainda maior em relação à população feminina. Esse padrão social atribuído às mulheres
aumenta ainda, quando são lésbicas, e em condição de cárcere, contribuindo, consequentemente,
para o aumento da situação de vulnerabilidade e total desrespeito.
Fonte: (https://soliani.blog/2017/08/22/mulheres-encarceradas-em-penitenciaria-masculina-coisas-que-voce-precisa-saber-parte-3/)
Quanto
à discriminação e ao acesso aos serviços de saúde, o relatório publicado pela
Rede Feminista de Saúde em 2006 informou que, com relação às mulheres que
procuram atendimento de saúde, dentre as mulheres encarceradas cerca de 40% não
revelam sua orientação sexual. Entre as mulheres que revelam-se homossexuais
17% afirmam que estes deixaram de solicitar exames considerados por elas como
necessários. Com relação ao exame preventivo de câncer de colo uterino, a
cobertura entre mulheres homossexuais é menor (DELZIOVO, 2015).Além de causar
um sentimento de exclusão, a prevenção e um diagnóstico precoce são as chaves
para diminuir as estatísticas dessas doenças.
O
preconceito muitas vezes é silencioso, corriqueiro, e por vezes até passa
despercebido. E ainda que não seja violento, é esse preconceito velado que
legitima a violência. Grande parte da população acha que pode xingar, criticar,
ignorar, desrespeitar, zombar, diminuir, fazer piada, e até bater (SOLIANI,
2017).
Conforme
Gautier (2015) isso significa que elas são comumente tratadas de maneira discriminatória
por seus companheiros de prisão que podem, por exemplo, se recusar a compartilhar
áreas comuns com elas (por exemplo, durante as refeições), usar linguagem
vexatória e de modo geral humilhá-las e abusar delas de diferentes formas. A
violência contra pessoas LGBT pode angariar formatos mais extremos. Ela pode,
por sua vez, significar a violação de sua integridade física e sexual (por meio
de violência sexual ou estupro).
Para
prevenir abusos, a direção de locais de privação de liberdade deve agir de modo
a assegurar a proteção de grupos em situação de vulnerabilidade, incluindo pessoas
LGBT. Se tratando de grupos vulneráveis socialmente concluiu-se que se faz
necessária a interação e efetiva participação de todos os envolvidos no
processo.
Entre
esses, gestores, profissionais e as próprias mulheres privadas de liberdade,
para que juntos possam somar saberes e dividir responsabilidades, especialmente
quando os sujeitos que necessitam de cuidado encontram-se em situação de
encarceramento e aumento das suas vulnerabilidades.
Referências:
Referências:
. Atenção a
saúde das pessoas privadas de liberdade: Atenção a
saúde da mulher privada de liberdade. 1. ed. Brasil: Universidade Federal de Santa Catarina, v. 1, f. 52, 2015. Disponível em:https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/7427. Acesso em: 23 Ago. 2019.
REYNAUX VIEIRA DE OLIVEIRA,
K. et al. Health Behaviors:
Sexual Lives Df Women Deprived of Freedom. Rev. enferm. UFPE on line. [s. l.], v. 11, n. 5, p. 1953–1957,
2017. Disponível em: <http://search-ebscohost
com.ez292.periodicos.capes.gov.br/login.aspx?direct=true&db=c8h&AN=122996258&lang=pt-br&site=ehost-live>.
Acesso
em: 27 ago. 2019.
SOLIANI. Mulheres encarceradas em penitenciária
masculina: coisas que você precisa
saber – parte 3. Disponível em:
https://soliani.blog/2017/08/22/mulheres-encarceradas-em-penitenciaria-masculina-coisas-que-voce-precisa-saber-parte-3/.
Acesso em: 16 set. 2019.
SIMPÓSIO JEAN-JACQUES GAUTIER, 2015, Genebra. Enfrentamento das vulnerabilidades de pessoas LGBT privadas de
liberdade, Suíça: Associação para a Prevenção da Tortura (APT), 2015.
Texto elaborado pela acadêmica de Enfermagem Isabela Lunara Alves Barbalho e pelo professor Dr. Marcelo Costa Fernandes
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