A importância do desenvolvimento da inteligência emocional em professores
A missão de ensinar traz consigo uma grande responsabilidade, tanto para
quem ensina quanto para quem aprende. O professor carregar o compromisso de não
só transmitir conhecimentos, mas também de formar cidadãos com uma consciência
crítica-reflexiva e para isso deve dispor de competências para atuar em sala.
Dentre essas competências a inteligência emocional vem ganhando cada vez mais
destaque visto que esses profissionais lidam com diversos tipos de pessoas e
cada uma possui sua individualidade, além disso, há uma crescente
evidência da sua influência no sucesso pessoal e profissional pela comunidade
cientifica (NUNES-VALENTE; MONTEIRO, 2016).
(FONTE: https://www.infoescola.com/wpcontent/uploads/2013/03/intelig%C3%AAnciaemocional_432169174.jpg)
Segundo Valente, Monteiro e Lourenço (2017) a sociedade vem apresentando cada
vez mais desequilíbrios, alunos que apresentam comportamentos violentos e
destrutivos como reflexo de experiências negativas, fazem com que os docentes
se preocupem cada vez mais com o equilíbrio emocional de seus alunos. Além
disso, fatores como o sucateamento da educação, a desvalorização profissional e
a pressão e críticas por parte dos pais leva muitos docentes a vivenciarem o
estresse diário.
Para Holder (2017)
inteligência emocional pode ser compreendida como a interação entre o
estado cognitivo e as emoções de modo a capacitar o sujeito a se adaptar de
forma adequada perante o meio. Goleman (2006) define inteligência emocional
como a capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos
outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos
relacionamentos. Deste modo, o indivíduo que possui a inteligência emocional
consegue assimilar seus sentimentos e os sentimentos daqueles com que interage
assumindo a postura correta para cada situação.
Os professores que possuem domínio sobre suas
emoções conseguem ter um maior envolvimento no trabalho utilizando suas
capacidades físicas, cognitivas e emocionais para desempenhar seu papel de
educador, enfrentando as situações adversas de maneira apropriada. Ter a
percepção e a expressão emocional permite ao professor identificar o estado
emocional de seus alunos e a adequar seu comportamento em sala. (NUNES-VALENTE;
MONTEIRO, 2016).
Os
atributos emocionais do professor no processo educacional geram emoções e
comportamentos nos alunos como reflexo da vivencia em sala de aula. Portanto,
trabalhar o fator emocional dos professores e de extrema importância para
promover uma educação emocional efetiva promovendo a formação de indivíduos
conscientes de suas emoções e de suas ações. Para que isso ocorra, a escola deve
proporcionar um ambiente aberto ao diálogo e que promova a interação entre
alunos e professores. Percebe-se que as escolas valorizam os resultados
quantitativos em detrimento dos qualitativos, transformando a experiência de
estar em sala em algo sem emoção (BARRANTES-ELIZONDO,
2016; VALENTE; MONTEIRO; LOURENÇO, 2017)
Contudo, o
número de pessoas que compreendem a importância do desenvolvimento da
inteligência emocional vem crescendo. Os professores devem ser preparados
através de programas de formação para estarem aptos a desenvolver seu papel
perante o ensino. O desenvolvimento das
competências de inteligência emocional irá ajudá-los a trabalhar com os alunos
de modo mais eficaz, pois pode promover melhores resultados, aumentar a
capacidade para lidar com as tensões vivenciadas na escola, assim como melhorar
as competências de relacionamento interpessoal. (BHATTACHARJEE, 2016).
Deste modo,
podemos transformar o modelo instrutivo-educacional pautado e restrito ao
aspecto cognitivo em um modelo instrutivo-educacional pautado na formação de um
ser integral, favorecendo o desenvolvimento da inteligência emocional, tão
necessária não só para o desenvolvimento pessoal, mas para a sociedade como um
todo (HOLDER 2017).
Referências:
BHATTACHARJEE,
B. Emotional Intelligence and teachers. International education and research journal,
v.2, n.5, p.83-84, 2016. Disponível
em: <http://ierj.in/journal/index.php/ierj/article/view/289>. Acesso em: 15 de setembro de 2019.
GOLEMAN, D. Inteligência
emocional. Barcelona: Sic Idea y Creación Editorial, 2006.
HOLDER, M. P. Q. Inteligência Emocional: um estudo com
professores da educação básica na rede pública e na rede privada de ensino, na
cidade de Porto Seguro, a partir do uso da Escala Veiga Branco. Dissertação
(Mestre em Ciências da Educação) - Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias, Lisboa, 2017.
NUNES-VALENTE, M. MONTEIRO,
A. P.
Inteligência Emocional em Contexto Escolar. Revista Eletrónica de Educação e Psicologia, v. 7, p.1-11, 2016.
Disponível em: < https://www.researchgate.net/profile/Sabina_Valente/publication/315037489_Inteligencia_Emocional_em_Contexto_Escolar/links/58c89266aca2723ab17633b3/Inteligencia-Emocional-em-Contexto-Escolar.pdf>. Acesso em: 15 de setembro de
2019.
VALENTE, S. MONTEIRO, A. P.
LOURENÇO, A. A. Inteligência emocional na gestão da disciplina em sala de
aula. Revista de estudios e
investigación en psicología y educación. v.2, 2017. Disponível em: <http://revistas.udc.es/index.php/reipe/article/view/reipe.2017.0.02.2514/pdf>. Acesso em: 15 de setembro de
2019.
Texto elaborado pelo acadêmico de Enfermagem Paulo Ricardo
Cordeiro de Sousa e pela professora Dra. Silvia Carla Conceição Massagli
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