Síndrome dos ovários policísticos e suas implicações


A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino-ginecológico de caráter crônico bastante comum entre as mulheres (ANDRADE et al., 2016). Apresentando maior prevalência a partir do século 20, estatisticamente, acomete acerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, sendo mais frequente em países desenvolvidos (RODGERS et al., 2019).


(FONTE: https://helloclue.com/pt/artigos/ciclo-a-z/saiba-tudo-sobre-a-sindrome-do-ovario-policistico-sop)



Aproximadamente uma em cada quinze mulheres apresenta a síndrome (ANDRADE et al., 2016). Apesar da inexistência de evidências precisas sobre as causas, especula-se sobre a atuação e inter-relação de variáveis condicionantes diversas que contribuem para o desenvolvimento da síndrome, como fatores genéticos, ambientais (prática de atividade física e dieta), metabólicos e endócrinos (ROSA-E-SILVA, 2018).

A Síndrome dos Ovários Policísticos se manifesta de duas principais formas: anovulação crônica e hiperandrogenismo, e os mais expressivos fenótipos são: acne, hirsutismo (pelos excessivos em regiões incomuns do corpo), alopécia, irregularidade menstrual e amenorreia (ausência de menstruação após três ciclos consecutivos) (BRASIL, 2019; FARIA et al., 2013; MOREIRA et al., 2013).

A infertilidade, presente em quase 70% dos casos, é uma situação sensível para aquelas mulheres que apresentam-na como fator consequente do distúrbio, um vez que sentimentos de tristeza, sofrimento e incapacidade por não gerar um filho podem se manifestar, além disso, a amenorreia, irregularidade menstrual e hirsutismo fragilizam a feminilidade, e manifestações dermatológicas (acne) e no metabolismo (obesidade) podem deturpar a autoimagem e autoestima (MOREIRA et al., 2013).

A SOP está associada à resistência à insulina e doenças cardiovasculares. Há uma equivalência entre os níveis séricos de androgênio e a resistência à insulina, de modo que o androgenismo elevado em mulheres com SOP expressa maior risco para resistência à insulina, intolerância à glicose e diabetes mellitus tipo 2 (SOARES JÚNIOR, 2018). O hirsutismo, um dos critérios clínicos mais relevantes no diagnóstico da síndrome, apresenta relação com o acúmulo de lipídios e seus níveis alterados, produzindo um maior risco para doenças cardiovasculares e resistência à insulina, portanto, pacientes com a síndrome estão mais vulneráveis a condições como estas (OLIVEIRA et al., 2016). Nesta perspectiva, o tratamento deve incluir o sistema cardiovascular e melhora do funcionamento metabólico, enfatizando a importância da adoção de hábitos saudáveis, como a dieta e atividade física, para prevenir possíveis complicações e assegurar qualidade de vida (FARIA et al., 2013).

O diagnóstico da SOP é constatado a partir do critério de Rotterdam, eminentemente, em que dois ou mais critérios devem existir para que a síndrome seja diagnosticada, como a oligo-amenorreia, hiperandrogenismo clínico ou laboratorial e morfologia ultrassonográfica de policistose ovariana (ROSA-E-SILVA, 2018). Em decorrência do hiperandrogenismo clínico e irregularidade menstrual observados na grande parte dos casos, opta-se pelo diagnóstico clínico, e quando as manifestações fenotípicas não forem tão explícitas, o exame morfológico dos ovários é indispensável (ROSA-E-SILVA, 2018).

A principal finalidade do tratamento é conter a hiperandrogenia e irregularidades menstruais, além de proteger o endométrio (BRASIL, 2019). Para isto, os anticoncepcionais orais combinados são indicados e efetivos e algumas vezes associados a antiandrogênios; quando trata-se do hirsutismo, o tratamento costuma ser lento e deve ser revisto após 6 ou mais meses, ademais, em caso de resistência/intolerância à glicose, o uso de sensibilizadores à insulina é cogitado (BENETTI-PINTO, 2018).

Referências:


ANDRADE, VICTOR HUGO LOPES DE et al. Current aspects of polycystic ovary syndrome: A literature review. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 62, n. 9, p. 867-871,  Dec.  2016. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302016000900867


BENETTI-PINTO CL. Tratamento das manifestações androgênicas. In: Síndrome dos ovários policísticos. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. Cap. 5. p.56-67. (Série Orientações e Recomendações FEBRASGO, n.4, Comissão Nacional de Ginecologia Endócrina). Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/18Z-ZSndromeZdosZovriosZpolicsticos.pdf

FARIA, Franciane Rocha de et al . Síndrome do ovário policístico e fatores relacionados em adolescentes de 15 a 18 anos. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 59, n. 4, p. 341-346,Aug. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302013000400012

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Síndrome dos Ovários Policísticos. Fev. 2019:171p. Disponível em: http://conitec.gov.br/images/Consultas/2019/Relatorio_PCDT_SindromeOvariosPolicisticos_CP05_2019.pdf

RODGERS, Raymond J et al.. Is Polycystic Ovary Syndrome a 20th Century Phenomenon?  Med Hypotheses; 124: 31-34, Mar. 2019. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0306987718312374?via%3Dihub

ROSA-E-SILVA AC. Conceito, epidemiologia e fisiopatologia aplicada à prática clinica. In: Síndrome dos ovários policísticos. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. Cap. 1.p.1-15. (Série Orientações e Recomendações FEBRASGO, n.4, Comissão Nacional de Ginecologia Endócrina).
Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/18Z-ZSndromeZdosZovriosZpolicsticos.pdf

SOARES JÚNIOR JM, Baracat MC, Baracat EC. Repercussões metabólicas: quais, como e porque investigar? In: Síndrome dos ovários policísticos. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. Cap. 3. p.29-39. (Série Orientações e Recomendações FEBRASGO, n.4, Comissão Nacional de Ginecologia Endócrina). Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/18Z-ZSndromeZdosZovriosZpolicsticos.pdf

OLIVEIRA, Flávia Ribeiro de et al . Association between Lipid Accumulation Product and Hirsutism in Patients with Polycystic Ovary Syndrome. Rev. Bras. Ginecol. Obstet.,  Rio de Janeiro ,  v. 38, n. 2, p. 71-76,  Feb.  2016 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032016000200071  

Texto elaborado pela acadêmica de Enfermagem Irlla Jorrana Bezerra Cavalcante e sob a orientação da professora Dra. Maria Berenice Gomes Nascimento Pinheiro



Comentários

  1. Olá a todos, eu sou Angélica, 36 anos, fui diagnosticada com resistência à SOP / insulina, eu e meu marido tentamos há mais de 12 anos, então fomos ao obgyn e ele me colocou em metformina 500mg 1x por dia progesterona, Clomid 50 mg primeiro mês sem ovulação 2º mês, ele aumentou a dose de clomid para 100, o que não me fez ovular ou eu não estou no meu último dia de progesterona e vou tomar clomid 150mg também estou tomando dexametasona e gravidez para me ajudar a ovular. meu próximo passo foi as injeções e olhando para elas, elas são muito caras e o aço não obteve resultado positivo, então eu vi na internet como as pessoas usam ervas da Dr James herbal preparadas para engravidar e curam todos os tipos de doenças, então tentei e aqui 2017 engravidei e engravidei e decidi tentar novamente. Entrei em contato com o Dr. James novamente no início deste ano e agora estou grávida de 5 semanas, graças ao Dr. James .. se você está na minha situação e está sofrendo com isso. doenças como não desperdice seu dinheiro com drogas e injeções Doença de Alzheimer, doença de Bechet, doença de Crohn, doença de Parkinson, esquizofrenia, câncer de pulmão, câncer de mama, câncer colorretal, câncer de sangue, câncer de próstata, siva. Mutação de Leiden, Doença de Epilepsia Dupuytren, Tumor desmoplásico de pequenas células redondas Diabetes, Doença celíaca, Doença de Creutzfeldt – Jakob, Angiopatia amilóide cerebral, Ataxia, Artrite, Esclerose lateral amiotrófica, Fibromialgia, Fluoroquinolona tóxica ity
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