Desconstrução dos estereótipos da relação Homossexualidade e HIV

A homossexualidade, por vezes, ainda acarreta consigo vários preconceitos e estereótipos. Tais atos acabam gerando violência, seja ela física, sexual ou psicológica, que pode causar algum tipo de transtorno na vida da vítima.

O termo “orientação sexual” é algo novo que veio como meio de substituição de “opção sexual, pois para muitos a homossexualidade refere-se a uma opção em que o indivíduo pode escolher sobre sua atração afetiva e sexual, e que está influenciada pelos fatores sociais, independentemente de fatores intrínsecos de cada pessoa. Por isso, a nova expressão está em uso, no qual, não é uma questão de seleção, e sim envolve questões muito complexas e contraditórias que variam de cada indivíduo (NIETSCHE et al., 2018).
Fonte: https://empoderadxs.com.br/2019/02/28/desvende-alguns-mitos-sobre-quem-vive-com-o-virus-hiv/

Além dos fatos citados, essa população carrega consigo, mesmo que de maneira equivocada, o estereótipo de ser portador do vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), pois esse fato corresponde a um fator histórico em que na primeira década da manifestação do vírus um dos públicos mais acometidos era o de homossexuais. Porém, em 1990 esses números começaram a ter uma mudança, no qual começam a surgir registros de casos de HIV em heterossexuais, idosos e em crianças, que nesse último público a transmissão ocorria por meio do contagio vertical, da mãe para o filho (FERNANDES, 2017).

Um sinal claro que se percebe sobre esses estereótipos citados, é a questão da proibição de doação de sangue por indivíduos homossexuais, pelo estigma sobre as práticas, saúde e histórico que o acarreta. Pois para muitos, ser Gay é sinal de portador do HIV, ou que está muito vulnerável a ela, devido a seus hábitos, que são desconhecidas pela maioria da população (ARNONI, 2018).

O HIV por ser uma infecção que não tem cura, acaba gerando na população um certo receio com portadores dessa infecção. Receio esse que se torna maior quando são pessoas homossexuais que possuem o vírus. Isso se dá pelo fato da convicção distorcida ou pela falta de informações acerca do HIV/Aids (ROSSI-BARBOSA, 2014).

Essa falta de informação sobre a temática, acaba gerando na sociedade resultado de extrema ignorância, que envolve vários sentimentos de temor, onde o pânico e o medo de se infectar tomou conta da população brasileira (ROSSI-BARBOSA, 2014).

Devido a desigualdade social que existe no Brasil, no qual a população que vive em estado de vulnerabilidade econômica-social, passam por maior risco de se expor ao vírus da imunodeficiência humana, pois vivem em ambientes de violência, pobreza e fatores de discriminação que geram um obstáculo e inviabiliza uma assistência integral na prevenção da saúde (BRASIL, 2018).

Essa população citada acima envolve vários grupos, seja eles de homens que fazem sexo com homens (HSH), Gays, profissionais do sexo, pessoas transexuais, viciados em substâncias químicas, privadas de liberdade e entre outros públicos que praticam alguma atividade que os deixam exposto ao risco de se contaminar. Tais práticas envolvem desde a falta de proteção no ato sexual, como também, sobre os conhecimentos acerca do vírus, trocas de matérias perfurocortantes, preconceito, e várias outras atitudes que acabam tornando-os mais susceptíveis a doença (BRASIL, 2018).

Quando observado esse cenário, em que a sociedade pela falta de informação e por fator histórico criado erroneamente sobre os homossexuais, que se acreditava ser os portadores do HIV, acabam gerando uma resposta de repúdio e medo a esse público. O que faz com que a descriminação e a violência ocorram de maneira mais intensa como meio, errado, de proteção e prevenção contra uma possível contaminação, pois se observa que não somente os homossexuais, mas qualquer pessoa que apresenta comportamentos de risco, estão propensos a adquirir e transmitir o vírus.

REFERÊNCIAS
FERNANDES, Hugo et al. Violência e vulnerabilidade ao HIV/AIDS em jovens homossexuais e bissexuais. Acta Paul. de Enferm. v. 30, n. 4, p. 390-396, 2017.

ROSSI-BARBOSA, Luiza Augusta Rosa et al. “Ele é igual aos outros pacientes”: percepções dos acadêmicos de Odontologia na clínica de HIV/Aids. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 18, p. 585-596, 2014.

ARNONI, Giovanni Dozzi Tezza et al. Restrição de doação de sangue por homossexuais e julgamento da ADI 5543 pelo Supremo Tribunal Federal. 2018.

NIETSCHE, Elisabeta Albertina et al. Formação do enfermeiro para o cuidado à população homossexual e bissexual: percepção do discente. Revista Baiana de Enfermagem‏, v. 32, 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agenda Estratégica para Ampliação do Acesso e Cuidado Integral das Populações-Chave em HIV, Hepatites Virais e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde: Secretária de Vigilância em Saúde 2018. 

Texto elaborado pelo Acadêmico de enfermagem Alison Rener Araújo Dantas sob orientação do Professor Doutor Marcelo Costa Fernandes

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