Contribuições da equipe de saúde na prevenção da gravidez precoce em adolescentes


As modificações atuais nos costumes sexuais dos adolescentes no Brasil iniciaram um novo significado da sexualização, a maioria dos relacionamentos não é estabelecido compromisso, tem-se a cultura do ficar como um encontro causal, o inicio da vida sexual tem se iniciado cada vez mais cedo entre os jovens e isso implica e submete uma relação com a falta de conhecimento suficiente e preparação para um relação sexual saudável (HEILBORN,2016).


(FONTE: https://br.guiainfantil.com/materias/gravidezgravidez-na-adolescencia-riscos-e-consequencias/)



A promoção da educação de uma vida sexual saudável para os jovens é essencial para que não aconteça uma gravidez precoce indesejada. No campo da atenção básica é onde muitos encontram abertura para conversar sobre o assunto, pois para muitas famílias tradicionais e religiosas o sexo é tabu, algo que não deve ser debatido com adolescentes, pois há uma mentalidade de que é algo que só deve acontecer após o casamento.

Cortez, et al (2013) avaliaram no seu estudo que a maioria das adolescentes admitiram saber as existência dos métodos contraceptivos, porém não possuía conhecimento quanto aos tipos de contraceptivos e formas de uso, além de fatores relacionados a aceitação do parceiro.

A adolescência é uma fase repleta de mudanças na vida do indivíduo, uma fase de descoberta e construção da personalidade, além das mudanças psíquicas, fisiológicas, hormonais com o surgimento de características corporais da puberdade.

As consequências de uma gravidez na fase adolescente podem partir de questões sociais, pois a maternidade requer uma atenção exclusiva de responsabilidade e compromisso, então se não houver pessoas que possam contribuir nesse processo, pode acabar se distanciando desses meios anteriormente frequentados. Além desses fatores, pode afetar na escolaridade, é comum o afastamento da escola, diminuição do tempo para estudo e comprometimento com os estudos, conflitos e mudanças pessoais da própria adolescência( SANTOS,et al. 2018).

Segundo Azevedo,et al. (2014), a gravidez precoce pode ser um agravante para morbimortalidade materna e neonatal, complicações no parto, prematuridade e maiores riscos de aborto.

Verifica-se que mesmo com campanhas, anúncios na mídia, divulgações nas escolas, e toda a informação sobre os métodos anticoncepcionais e preventivos, ainda há um alto índice de gravidez indesejada, principalmente nas áreas periféricas justamente por ter uma educação mais precária e menos acesso a informação.

Muitos jovens atualmente começam a utilizar métodos sem o auxilio profissional, confiando-se em pesquisas de sites não confiáveis ou por experiência de alguma amiga, porém a escolha do método é individual, e é necessário seguir orientações para que haja uma maior eficácia, e que além de prevenir uma gravidez indesejada, também prevenir infecções sexualmente transmissíveis (BRASIL, 2009).

Os profissionais de saúde devem utilizar formas de acolhimento para abordagem de aspectos em relação à vida sexual do adolescente, sendo bem mais fáceis aqueles que procuram a rede de atenção básica, porém abranger a educação sexual para a escola e comunidade, a fim de contemplar um público maior e possibilitar a redução da gravidez precoce na adolescência, permitindo a capacidade de escolha, para que a gestação não seja indesejada e venha no momento certo, para uma melhor qualidade de vida do indivíduo e familiares.

Educação em saúde são palavras chaves para a diminuição desse índice, as ações de saúde nas escolas sobre essas temáticas proporcionam um aprendizado muito importante na vida dos jovens, pois é onde muitas dúvidas são esclarecidas, por muitas vezes é o único lugar onde houve esse debate, é essencial que o jovem de hoje tenha conhecimento que praticar sexo não é algo errado, mas que devem ser realizadas de forma saudável e sempre com uso de métodos contraceptivos e preventivos.

Referências:

AZEVEDO, W. F. et al.Complicações da gravidez na adolescência: revisão sistemática da literatura. Einstein, 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/eins/2015nahead/pt_1679-4508-eins-S1679-45082015RW3127.pdf Acesso em: 8 de setembro de 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais. Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/direitos_sexuais_reprodutivos_metodos_anticoncepcionais.pdf. Acesso em: 8 de setembro de 2019.

CORTEZ, D.N., et al.Aspectos que influenciam a gravidez na adolescência. R. Enferm. Cent. O. Min., v. 3, n. 2, p. 645-653, 2013. Disponível em: https://docs.google.com/viewerng/viewer?url=http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/recom/article/viewFile/341/427. Acesso em: 8 de setembro de 2019.

HEILBORN, M. L.Por uma agenda positiva dos direitos sexuais da adolescência. Instituto de Medicina Social, Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM),vol. 24, n.1, p. 57, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pc/v24n1/05.pdf.  Acesso em: 7 de setembro de 2019.

SANTOS, R. C. A. N.,et al.Realidades e perspectivas de mães adolescentes acerca da primeira gravidez Rev. Bras. Enferm. vol.71 n.1, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&nrm=iso&lng=pt&tlng=pt&pid=S0034-71672018000100065. Acesso em: 7 de setembro de 2019.

Texto elaborado pela discente em Enfermagem Janielle Tavares Alves sob a orientação da professora Dra. Maria Berenice Gomes Nascimento Pinheiro

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