Fragilidade em idosos
O
envelhecimento é um processo natural que acomete todo ser humano. Para alguns,
a idade chega quando os problemas de saúde aparecem; para outros, a “velhice” é
quando cresce cabelos brancos. Existem, então, várias interpretações do que é o
envelhecimento, mas, para conceituar de forma norteadora, a Organização Mundial
da Saúde conceitua o envelhecimento do indivíduo como “um processo fisiológico
que começa desde o nascimento e ocasiona mudanças, características para a
espécie, durante todo o ciclo da vida”, além de considerar idoso aquele com 60
anos ou mais de idade nos países em desenvolvimento e 65 anos ou mais nos
desenvolvidos (OMS, 2014).
(FONTE: https://idosos.com.br/evitando-a-sindrome-da-fragilidade/) |
Com o
envelhecimento, mudanças fisiológicas e morfológicas podem ser evidentes,
ocasionando complicações na saúde. Uma dessas complicações é a fragilidade.
Pode ser que você nunca tenha ouvido falar, ou pensasse que fragilidade seria
apenas uma fase, mas não é. Entenda:
A fragilidade em idosos é uma síndrome clínica
geriátrica que envolve um estado fisiológico de aumento da vulnerabilidade a
estressores, resultando da diminuição das reservas fisiológicas e desregulação
de múltiplos sistemas. Está sustentada por um complexo de 3 alterações,
relacionadas ao processo de envelhecimento: sarcopenia (que é a perda de massa e força na musculatura esquelética), desregulação
neuroendócrina e disfunção do sistema imunológico (PEGORARI MS, TAVARES DMDS; 2014).
Para sabermos se o
idoso apresenta essa síndrome, existem alguns sinais e sintomas que a caracteriza, como (MORAES; AZEVEDO; MORAES,
2016; MORAES; MORAES, 2014):
- Perda de peso não intencional (5kg nos últimos cinco anos);
- Autorrelato de fadiga;
- Diminuição da força de preensão;
- Redução das atividades físicas;
- Diminuição na velocidade da marcha (lentidão) e/ou;
- Diminuição das relações sociais.
Como é uma síndrome que acaba
afetando de forma sistêmica o idoso, o mesmo pode desenvolver diversas
complicações que antes não estavam presentes, como depressão, hipertensão,
sedentarismo, déficit no autocuidado e dependência, apresentando manifestações
como perda de peso e massa muscular, diminuição da força de preensão, fadiga,
instabilidade postural e redução da ingestão de alimentos, aumentando o risco
para uma evolução desfavorável diante das agressões externas e das doenças
agudas (MACIEL, AC; GUERRA, RO; 2017), que comprometem a autonomia e independência do idoso.
Portanto, é
fundamental observar aqueles idosos que apresentam essas características, bem
como desenvolver atividades de educação em saúde que facilitem essa detecção
não apenas por parte dos idosos, mas também por seus familiares/cuidadores, a
fim de precocemente detectar os sinais que levam a fragilidade, visto que
quanto maiores os níveis de fragilidade, idade e número de morbidades maior
será o nível de dependência desses idosos.
Existem instrumentos
que viabilizam o planejamento da atenção à saúde da pessoa idosa, como o
IVCF-20 (Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional), que rastreia o idoso
frágil e identifica pontos necessários às intervenções capazes de melhorar a
autonomia e independência dos idosos, prevenindo o declínio funcional, a
institucionalização e óbito (MORAES et al., 2016).
Quando
utilizado por uma equipe multiprofissional, o IVCF-20 permite a avaliação dos
principais determinantes de saúde do idoso, subsidiando a escolha de
estratégias de intervenção que promovam um envelhecimento mais ativo e saudável
(MORAES, 2017).
REFERÊNCIAS:
MACIEL, ACC; GUERRA, RO. Influência dos
fatores biopsicossociais sobre a capacidade funcional de idosos residentes no nordeste
do Brasil. Rev. bras. epidemiol. [online]. 2007, vol.10,
n.2, pp.178-189.
MORAES,
E. N. et al. A new proposal for the clinical-functional categorization of the
elderly: visual scale of frailty (VS-FRAILTY). J Aging Res Clin Pract.v.5, n.1, p.24-30, 2016.
MORAES, E. N. Idosos frágeis e
a gestão integral da saúde centrada no idoso e na família. Rev. bras. geriatr. gerontol. (Online).v.20, n.3, p.307-308, 2017.
MORAES, E. N.; AZEVEDO, R. S. Fundamentos do cuidado ao idoso frágil.
In: MORAES, E. N.; AZEVEDO, R. S.; MORAES, F. L. Saúde e Envelhecimento. Belo
Horizonte (BR): Folium, 2016. 412p. ISBN: 978-85-8450-012-3
MORAES, E. N.; MORAES, F. L. Avaliação Multidimensional do Idoso. 4.
ed. Belo Horizonte: Folium, 2014.
Organização Mundial da Saúde. Planificación y organización de los servicios
geriátricos. Informe de un comité de expertos. Ginebra: OMS; 2014 (Serie de Informes
Técnicos, 548).
PEGORARI, MS; TAVARES, DMDS. Factors associated with the frailty syndrome
in elderly individuals living in the urban area. Rev. Latino-Am. Enfermagem. vol.22 no.5 Ribeirão Preto Sept./Oct.2014.
Texto elaborado pelo acadêmico de Enfermagem Bruno Freire Braun Chaves e pela professora Dra. Fabiana Ferraz Queiroga Freitas
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