O outubro rosa e a importância do diagnóstico precoce de câncer de mama

A saúde feminina sempre gerou discussões que evitavam um processo de empoderamento das mulheres nas decisões de suas vidas. No caso do câncer de mama, que é o tipo da doença mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma e que teve registro de 59.700 novos casos no ano de 2018, o cuidado pode ser determinante na detecção precoce e, com isso, no tratamento eficiente (ESTIMATIVA, 2018).

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O movimento conhecido como Outubro Rosa nasceu na década de 1990 e tem como objetivo compartilhar informações sobre o câncer de mama, promover a conscientização sobre a doença, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade (BRASIL, 2010).

Detecção precoce significa diagnosticar a doença o mais cedo possível, identificando casos iniciais, para aumentar as chances de cura e diminuir a agressividade do tratamento. As estratégias com esse objetivo são o diagnóstico precoce, que consiste na abordagem de pessoas com sinais ou sintomas de estágios iniciais da doença, e o rastreamento, que consiste na aplicação de teste numa população saudável a fim de identificar lesões sugestivas (MELO, 2012). 

A detecção precoce é realizada através do rastreamento entre mulheres assintomáticas por meio de exame clínico das mamas e rastreamento mamográfico, ambos de forma anual em mulheres com 40 anos ou mais; e o autoconhecimento ("Autoexame" das mamas) que deve ser realizado mensalmente, após a menstruação. Vale ressaltar que o autoexame não é aceito como parâmetro diagnóstico válido, porém a percepção de alterações pela própria paciente pode indicar lesões sugestivas (BRASIL, 2010).

A conduta é diferente para mulheres de risco elevado, ou seja, que têm história familiar de câncer de mama em pelo menos um parente de primeiro grau antes dos 50 anos, de câncer de mama bilateral ou de ovário em qualquer idade, de câncer de mama masculino e diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ. A recomendação é realizar exame clínico das mamas e mamografia anualmente a partir dos 35 anos de idade (BRASIL, 2010; DA SILVA; DA SILVA RIUL, 2011).

 Alguns fatores de risco para o desenvolvimento dessa patologia são passíveis de intervenção, por exemplo, a obesidade, a exposição à radiação ionizante ou a pesticidas/organoclorados, o tabagismo, o etilismo crônico. Nesses casos, alterações no estilo de vida podem reduzir novamente a possibilidade do desenvolvimento do câncer (OMS, 2007).

 Segundo a OMS (2007) há uma redução de até 95% da mortalidade em casos de câncer diagnosticados de maneira precoce. Esse dado significativo revela a importância principal da detecção precoce deste tipo de neoplasia. Além disso, o autoconhecimento e o autocuidado representam uma quebra de tabu, um gesto de amor próprio e marcam um empoderamento feminino. 

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Rastreamento. Brasília, DF, 2010. (Série A: Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Primária, n. 29).

DA SILVA, P. A.; DA SILVA RIUL, S. Câncer de mama: fatores de risco e detecção precoce. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 64, n. 6, p. 1016-1021, 2011.

ESTIMATIVA, I. N. C. A. Incidência de câncer no Brasil [Internet]. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. 2017. 130 p. 2018.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Early Detection. Geneva, 2007. (Cancer control: knowledge into action: WHO guide for effective programmes). 

MELO, P. Câncer de Mama - A importância da Detecção Precoce. Equipe Oncoguia. 2012. Disponível em: <http://www.oncoguia.org.br/conteudo/cancer-de-mama-a-importancia-da-deteccao-precoce/2161/425/>. Acesso em 17 de outubro de 2019.

Texto elaborado pelo acadêmico de Medicina Antônio Wellington Grangeiro Batista de Freitas e pela professora Dra. Maria Berenice Gomes Nascimento Pinheiro

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